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Mantendo a calma no congestionamento
TRÂNSITO - Estresse aumenta dentro do carro com o calor e a perda de tempo
Fonte: Jornal A Tarde, 04/12/2001

Estresse

A sensação de perda de tempo, o calor, o barulho de outros carros e o medo de algum assalto são alguns dos fatores que aumentam o estresse e a irritação em um congestionamento. Quando ocorre em locais ou horários inesperados, a contrariedade que toma conta do motorista parece ser ainda maior. Alguns acreditam que acionando insistentemente a buzina conseguirão se livrar do trânsito parado e das dezenas de carros posicionados à sua frente.

O congestionamento provoca reações diversas, a depender da personalidade do motorista ou do seu estado de espírito neste dia. Mas, basicamente, são três atitudes enumeradas pelo psicólogo Augusto Feroes, coordenador do Departamento de Psicologia do Detran. A primeira é se conformar com a situação, ouvindo uma música. A outra é de relaxamento total, “o compromisso que me aguarde”.

A terceira, e pior, é de irritação extrema, indicando que a pessoa pode, inclusive, ter problemas de saúde com esse tipo de atitude. Ainda não se viu, felizmente, uma reação como a de Michael Douglas no filme Um Dia de Fúria, no qual o congestionamento é o estopim para o personagem, que perdeu o emprego e a guarda do filho, sair atirando pela cidade.
 
Rádio
 
Não que o motorista deva se conformar com a situação do trânsito. Ele deve exigir melhorias das vias para o fluxo normal e uma postura de maior cidadania dos demais condutores. Mas a irritação extrema não vai tirá-lo do meio do congestionamento. Por isso, Augusto recomenda que a pessoa ligue o rádio. A música, e não precisa ser new age, já ajuda a relaxar. Se estiver com uma pessoa no carro, tente conversar amenidades, nada relacionado ao trânsito.

O motorista pode tornar útil o seu tempo “perdido” no trânsito. Se o roteiro a caminho de casa ou do trabalho e o horário incluem um engarrafamento, ele pode aproveitar para ouvir CD ou fitas cassetes com algum tipo de curso de idioma, por exemplo. Antes de sair de casa, deve procurar se informar como está o trânsito.
 
Distração
 
O que não pode é o motorista se distrair totalmente. O condutor deve evitar ler ou falar no celular. “A conversa no telefone celular tira até 70% da concentração do motorista. Sem falar que ele estará com uma das mãos ocupadas segurando o aparelho”, afirma Augusto, destacando que os recursos de descontração não devem tirar a atenção no trânsito. A distração pode ocasionar uma batida no carro da frente e, assim, o congestionamento será agravado.

Mas há ocasiões em que é preciso uma dose extra de paciência e respirar fundo para não perder a calma. É quando se está em meio ao congestionamento em pleno sol do meio-dia e, pior, sem ar-condicionado no veículo. “Morro de vontade de ter um ar-condicionado quando estou no congestionamento”, afirma a jornalista Sora Maia, que reage de forma diferente quando enfrenta um trânsito lento, quase parado. “Varia com minha pressa e quando um engarrafamento não tem motivo de existir”. Ela reclama do “estreitamento” que ocorre nas pistas do Rio Vermelho, por exemplo.

Antecipar a saída para não se atrasar

Uma forma de escapar dos engarrafamentos é mudar os hábitos. É o que fez a jornalista Sora Maia, que passou a antecipar a saída de casa para não chegar atrasada aos compromissos. E esta é a dica do psicólogo Augusto Feroes. “A pessoa deve aumentar o tempo de previsão para o deslocamento, saindo de casa mais cedo. Se a pessoa sai em cima da hora e encontra um congestionamento, fica estressada para vencer o tempo”, afirma Feroes.

O psicólogo Salomão Rabinovich, diretor do Centro de Psicologia Aplicada ao Trânsito (Cepat) em São Paulo, lembra que a população já vive um alto grau de irritação e agressão, com a violência nas cidades. No carro, a pessoa vive sob tensão e descarrega com maior agressividade. Quando se junta a isso o congestionamento, a irritabilidade do calor e o fato de estar “aprisionada”, a pessoa fica mais sujeita ao estresse.

Mas, segundo o psicólogo, parte da culpa é dos próprios condutores, que saem em horários inadequados, não sabem planejar - “às vezes saem para fazer compras na hora do rush” - e não fazem o transporte solidário. “Muitas vezes, os colegas de trabalho residem próximos e cada um vai com seu carro. O transporte solidário é uma ação de cidadania, mas tem que ter a participação de toda a sociedade, não é uma ação individual”. É uma medida, segundo ele, que poderia minimizar o problema.

Outra parcela de culpa pelos congestionamentos, segundo Salomão Rabinovich, é do poder público, que tem que oferecer policiamento de trânsito e fazer o tráfego fluir, evitando os pontos de engarrafamento. “Se um carro pára por alguns minutos em uma via expressa, isto se amplia em engarrafamento em dois, três ou quatro quilômetros de raio”.

 Simone Muhr


Como lidar com os pequenos viajantes
CRIANÇAS - Alimentos leves e entretenimento são necessários durante a viagem
Fonte: Jornal A Tarde, 30/10/2001

HIDRATAÇÃO É FUNDAMENTAL
 
Uma viagem de carro com crianças é sempre uma aventura à parte. Para que seja bem sucedida, sem traumas para os pais ou para os filhos, é preciso atenção quanto à alimentação e ao entretenimento. Se uma viagem já é estressante, imagine com um choro daqueles no banco de trás, principalmente porque o tédio e o cansaço atingem mais rápido os pequenos viajantes. Os pais não devem confiar que o “balanço” do carro vá fazer a criança dormir o trecho todo e têm que estar preparados para os efeitos colaterais da viagem.

Independentemente da idade da criança, a primeira dica para uma boa viagem é mantê-la sempre bem hidratada. A informação é do pediatra Geraldo Serra, membro da Sociedade Brasileira de Pediatria e Sociedade Baiana de Pediatria. No caso das crianças menores, os pais devem levar mamadeiras no isopor. Para as maiores, sanduíches e frutas servem para alimentá-las. “É bom evitar alimentos em restaurantes de beira de estrada sem que se tenha segurança quanto à higiene do local”, afirma o pediatra, lembrando que é preciso ter o mesmo cuidado com a procedência da água que vai ser consumida.
 
Antes
 
Outros cuidados são para os momentos anteriores à partida, como uma boa revisão do carro, evitando, assim, riscos maiores de acidente e até paradas forçadas no meio do caminho. “Deve-se evitar também as viagens noturnas, quando as coisas são mais perigosas e difíceis”, afirma o médico. Ele alerta que o motorista também deve estar bem descansado antes de pegar a estrada e, é óbvio, ficar longe das bebidas alcoólicas.

Um outro alerta do pediatra para os pais é que a refeição, antes da partida, deve ser leve. Os casos de enjôo, muito comuns entre os pequenos viajantes, podem ser solucionados com um medicamento adequado, usado uma hora antes do início da viagem. O pediatra da criança poderá receitar a melhor medicação para estes casos.

O pediatra Geraldo Serra cita ainda a importância da acomodação, com segurança, das crianças (sempre nos banco de trás, quando menores de 10 anos). As pequenas devem ter assento especial (as cadeirinhas). Já as maiores podem usar o próprio cinto de segurança do carro. “Mas o cinto de segurança não pode tocar o pescoço da criança”, alerta o médico. Neste caso, se o cinto não tiver regulagem de altura, é necessário o uso de uma almofada como assento para que a criança fique mais alta.

 Simone Muhr


Durabilidade dos pneus depende do uso
Fonte: Jornal A Tarde, 25/09/2001

O rendimento por quilômetro de cada pneu depende de fatores como manutenção e modelo do veículo, cargas transportadas, velocidades desenvolvidas, época do ano, tipo de percurso, características do piso e modo de dirigir. Neste item, arrancadas, freadas bruscas, reduções e estilo nas tomadas de curva podem resultar em desgaste irregular dos pneus. Curvas em alta velocidade causam superaquecimento e diminuição rápida da banda de rodagem. Esta sofre maiores danos em estradas de terra e de cascalho em relação às vias de asfalto, concreto ou paralelepípedo. 

A época do ano também influi na preservação dos pneus, que sofrem mais no verão e ficam mais conservados no inverno. A variação de velocidade média também influi neste aspecto e o ideal para se obter o máximo de durabilidade fica em torno de 60 Km/h. Alguns cuidados são exigidos para quem deseja ter um aproveitamento ideal, e um deles é o rodízio (incluindo o estepe) a cada cinco mil quilômetros rodados. A verificação periódica e correção de defeitos de suspensão diminuem o consumo da banda de rodagem. 

A frio 

Alinhamento e balanceamento são essenciais, assim como o controle semanal da pressão, que deve ser feito sempre a frio. Quando os pneus forem novos, é ideal que os primeiros 100 km sejam percorridos em velocidade reduzida, estando sempre atento aos limites de velocidade e carga. 

Ao trocar os pneus, coloque também uma nova câmara de ar (se for pneu com câmara), pois esta acompanha a dilatação sofrida pelo equipamento original. Quando for fazer a troca, evite o uso de marretas para retirada de pneus furados, pois golpes pesados danificam os talões de encaixe da roda. Não trafegue sobre trilhos de bonde e trem ainda em utilização ou recobertos por camadas de asfalto. Os trilhos funcionam como instrumentos cortantes sobre a base e as laterais dos pneus. Tente não passar ou parar em locais com resíduos de graxa, óleo ou solventes, produtos que atacam a borracha, lavando sempre os pneus com produtos neutros.

 

Dicas na hora da compra
Fonte: Jornal A Tarde, 25/09/2001
  • Consulte o manual do proprietário ou as tabelas dos fabricantes para verificar o tipo indicado para o seu veículo. 

  • Examine cuidadosamente os pneus, nas partes interna e externa, para verificar a existência de remendos e avarias. 

  • Não aceite pneus com sinais de ressecamento ou descamação do material. 

  • Se comprar conjunto de dois ou quatro pneus, coloque no mesmo eixo os de mesmas características, marca, tipo de desenho e medidas. 

  • Não adquira pneus com mais de cinco anos de fabricação, informação obtida pela matrícula de produção, impressa no flanco. 

  • Monte e balanceie pneus ao comprá-los, a fim de verificar se ocorrem problemas de montagem ou balanceamento. 

  • Se comprar pneus sem câmara, também conhecidos como tubeless (palavra impressa no flanco), nunca aceite o uso de câmara de ar. 

  • Prefira pneus que estejam armazenados em pé, principalmente se forem do tipo sem câmara. Se estiverem empilhados, o máximo permitido é de oito unidades por coluna. 

  • Exija nota fiscal, indispensável para reclamações.

 


Motoristas criticam retornos que exigem longos percursos 

Sílvia Verônica
 

De todos os retornos do sistema viário de Salvador, um é alvo do maior número de reclamações entre os motoristas. Trata-se da volta de cerca de dois quilômetros que os motoristas que saem do Detran, do bairro de Pernambués ou da Estação Rodoviária, com destino à Avenida Antonio Carlos Magalhães à Paralela, precisam fazer para ter acesso ao outro lado da pista. O retorno é feito quase na altura da Rótula do Abacaxi. E os motoristas não devem livrar-se tão cedo do problema, porque uma alternativa para o trânsito no local não está entre as prioridades da Superintendência de Engenharia de Tráfego. 

À frente da SET desde o último dia 16 de julho, Raimundo Paiva afirma que a intenção da prefeitura é diminuir o número de retornos a longo prazo, mas argumenta que alguns, como aquele entre o Detran e a Rótula do Abacaxi, foram decisivos para a melhoria do tráfego na cidade. O incremento de 5% na frota de automóveis em Salvador - em um ano, o número de carros circulando nas ruas subiu de 392 mil para 412 mil - contribui para o agravamento das dificuldades no trânsito. 

Sem recursos 

Outros retornos apontados pelos usuários de veículos como transtornos constantes são os da Avenida Bonocô e da Avenida Paralela, próximo ao Centro Administrativo. Hoje, a tendência nas cidades modernas é a redução do número de retornos e a criação de condições que imprimam maior fluidez ao trânsito, evitando congestionamentos. Raimundo Paiva garante que o trabalho da SET e da Secretaria do Planejamento segue esta determinação, mas admite ser preciso mais tempo e recursos para novas obras. 

"A fluência de automóveis cresceu muito na cidade e as pistas não podem ser ampliadas na mesma proporção. Estamos tentando, com pequenas intervenções, desafogar trechos críticos. As obras estruturantes, para a melhoria geral do sistema viário, estão sendo planejadas. Algumas, como a Avenida Luís Eduardo Magalhães, estão em fase de conclusão. A população reclama dos retornos, e com razão, mas nós temos que pensar no trânsito como um todo e estes balões têm amenizado os congestionamentos", avaliou Paiva. 

O novo superintendente da SET apresenta, entre as modificações no trânsito visando melhor fluência, a colocação de uma mão livre à esquerda, no retorno próximo ao monumento a Clériston Andrade, na Avenida Garibaldi, e a ligação Baixa de Quintas-Água de Meninos. Outra obra, que consumiu recursos de R$ 50 mil, modificou o cruzamento na Avenida Paulo VI, na Pituba, na direção da entrada do Caminho das Árvores. 

"O problema é que as cidades brasileiras não têm recursos próprios para investir em obras estruturantes. É preciso adquirir recursos por intermédio de empréstimos, até mesmo internacionais. O que podemos adiantar é que a idéia é evitar a criação de novos retornos, mas os já existentes serão mantidos. O investimento será em acessos subterrâneos ou elevados", revelou Paiva.

Fonte: Jornal A Tarde, 31/07/2001
 

Sinalização deficiente confunde os motoristas

Quem chega em Salvador pelo Acesso Norte (BR-324) tem dificuldade de visualizar as placas de sinalização. Quando não estão cobertas pelo mato, diversas pichações e perfurações nas placas tornam difícil a leitura, principalmente à noite. Os transtornos aumentam para quem vem à cidade pela primeira vez. Nas imediações da ladeira do Cabula, Rua Cristiano Buys, não há placas indicando qual pista leva ao Iguatemi e qual dá acesso ao Bonocô. 

Se para os motoristas soteropolitanos já é comum trocar a pista direita (sentido BR-324/Iguatemi) pela esquerda (direção BR-324/Bonocô) ou vice-versa, "imagine para quem não é de Salvador", avalia o técnico em mecânica Saulo Barreto dos Santos, 23 anos, que mora em Dom Avelar, próximo à Brasilgás, e sempre faz o percurso. "Eu mesmo já esqueci. Queria ir para a Fonte Nova pelo Bonocô e acabei saindo no Iguatemi", contou. No mesmo trecho falta também uma placa de saudação para quem chega na cidade. 

"As placas deveriam ficar em locais adequados para a visualização", disse o funcionário público Antônio José Ferreira, 42 anos, do município de Nova Soure, a 230 km de Salvador. Ele também pegou o caminho errado quando tentava chegar na Rótula do Abacaxi. O capinzal alto é outro motivo de queixa dos motoristas. No Acesso Norte, por exemplo, a 1 km das pistas que levam ao Iguatemi e ao Bonocô, o mato dificulta a leitura da placa que indica a entrada para o bairro de São Caetano. Em outros trechos ao longo da BR-324, o capim seco torna-se um fácil foco de incêndios. 

Buracos 

O engenheiro Jorge Rogas, 42 anos, chama a atenção para os buracos nas placas. "Parece que fazem tiro ao alvo", diz, considerando a sinalização de Salvador bem localizada, de um modo geral. O caminhoneiro catarinense Jaime Gabarde, 50, enfatiza que as pichações são um problema existente em todo o Brasil, porém, que precisa ser solucionado. "Do jeito que está, não dá para saber onde tem curva, desvios, e se a pista é perigosa. E aí a pessoa fica perdida e sujeita a acidentes", alerta.

Fonte: Jornal A Tarde, 30/07/2001

 

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